domingo, 12 de setembro de 2010

Formadores de opinião, cadê vocês?

Querido blog,

”depois de um longo e tenebroso inverno”, sem muita alegria, vou encarar o assunto de hoje.
Peço desculpas antecipadas aos amigos queridos por ter-lhes garantido não mais falar sobre política e muito menos sobre o PT. Entretanto, acabo de receber na minha caixa postal, de duas fontes diferentes, uma mensagem tratando da opinião de Marília Gabriela sobre Dilma Rousseff, com a qual (mensagem, claro!) me identifico muito. As fontes são duas amigas queridas: uma ex-petista ferrenha, de bandeirinha e tudo - digamos, uma ptólatra recuperada. A outra, que sempre se declarou apolítica e sempre votou xingando os legisladores brasileiros pelas suas asneiras (como o voto obrigatórioo), iniciou sua transformação após o “mensalão”. O primeiro estágio foi caracterizado pela alteração no tom da sua voz quando falava em Zé Dirceu e Gilberto Carvalho. Depois foi se alterando quando falava em Silvinho Pereira, Palocci... e hoje ela fala mal até do pobre do José Alencar. Este, dado seu estado de saúde e valentia pra enfrentar a morte, penso eu, poderia até ser poupado. Enfim, hoje ela é ativa militante do PV, digo, de Marina.

Bom, confesso que adorei o encaminhamento das mensagens: uma dizia: “ Não vás acreditar...” e a outra: “a cara de quem?”

Realmente, o meu discurso sobre Lula, Dilma, o PT e até os meus medos são similares aos dela - Marília, daí os comentários nos encaminhamentos das mensagens.

Aqui repasso na íntegra, da forma como recebi, e com a esperança de que os escritos sejam verdadeiramente dela. Caso não sejam, agradeço ao fraudador pela beleza de opinião e por ter bom-gosto na escolha das fraudes que faz.

Como eu disse antes que as idéias são a minha cara, você deve estar perplexo (a) com minha arrogância. Mas, sinceramente, eu penso que você também concorda com o fato de que as idéias parecem tão melhores quanto mais se parecem com as nossas. Ou não?

E vamos lá:

Opinião de Marília Gabriela sobre Dilma Roussef


“Quem tem medo da "doutora" Dilma?

VOU CONFESSAR:

Morro de medo de Dilma Rousseff.
Esse governo que tem muitos acertos, mas a roubalheira do governo do PT e o cinismo descarado de LULA em dizer que não sabia de nada nos mete medo.
Não tenho muitos medos na vida, além dos clássicos: de barata, rato, cobra.
Desses bichos tenho mais medo do que de um leão, um tigre ou um urso, mas de gente não costumo ter medo.
Tomara que nunca me aconteça, mas se um dia for assaltada, acho que vai dar para levar um lero com os assaltantes (espero).
Não me apavora andar de noite sozinha na rua e, não tenho medo algum das chamadas
"autoridades", só um pouquinho da polícia, mas não muito.
Mas de Dilma não tenho medo; tenho pavor.
Antes de ser candidata, nunca se viu a ministra dar um só sorriso, em nenhuma circunstância.
Depois que começou a correr o Brasil com o presidente, apesar do seu grave problema de saúde, Dilma não para de rir, como se a vida tivesse se tornado um paraíso. Mas essa simpatia tardia não convenceu.
Ela é dura mesmo.
Dilma personifica, para mim, aquele pai autoritário de quem os filhos morrem de medo, aquela diretora de escola que, quando se era chamada em seu gabinete, se ia quase fazendo pipi nas calças, de tanto medo.
Não existe em Dilma um só traço de meiguice, doçura, ternura.
Ela tem filhos, deve ter gasto todo o seu estoque com eles e não sobrou nem um pingo para o resto da humanidade.
Não estou dizendo que ela seja uma pessoa má, pois não a conheço; mas quando ela levanta a sobrancelha, aponta o dedo e fala, com aquela voz de general da ditadura no quartel, é assustador.
E acho muito corajosa a ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira, que enfrentou a ministra afirmando que as duas tiveram o famoso encontro. Uma diz que sim, a outra diz que não, e não vamos esperar que os funcionários do Palácio do Planalto contrariassem o que seus superiores disseram que eles deveriam dizer. Sempre poderá surgir do nada um motorista ou um caseiro, mas não queria estar na pele da suave Lina Vieira.
A voz, o olhar e o dedo de Dilma, e a segurança com que ela vocifera "suas verdades", são quase tão apavorantes quanto a voz e o olhar de Collor, quando ele é possuído. Quando se está dizendo a verdade, ministra, não é preciso gritar; nem gritar nem apontar o dedo para ninguém. Isso só faz quem não está com a razão, é elementar.
Lembro de quando Regina Duarte foi para a televisão dizer que tinha medo de Lula; Regina foi criticada, sofreu com o PT encarnando em cima dela - e quando o PT resolve encarnar, sai de baixo. Não lembro exatamente de quê Regina disse que tinha medo - nem se explicitou-, mas de uma maneira geral era medo de um possível governo Lula.. Demorei um pouco para entender o quanto Regina tinha razão.
Hoje estamos numa situação pior, e da qual vai ser difícil sair, pois o PT ocupou toda a máquina, como as tropas de um país que invade outro. Com Dilma seria igual ou pior, mas Deus é grande...
Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam quase 13, ninguém merece!
Seja bem-vinda, Marina Silva. Tem muito petista arrependido que vai votar em você e impedir que a mestra sem mestrado, Dilma Rousseff, passe para o segundo turno. Outra boa opção é o atual governador José Serra que já mostrou seriedade e competência. Só não pode PT, Dilma e alguém da "turma do Lula". “

E aqui volto e digo:
Eu assinaria esses escritos sem piscar um olho!
Até toparia bater um papinho com Deus (se me fosse dada a chance) para pedir uma interferênciazinha: minha gente, são valores muito sérios que estão em jogo.

Finalmente, para não deixar dúvidas, meu voto será de Serra no primeiro turno e, se houver um segundo turno sem ele, meu voto será de Marina, claro!

MdPB

4 comentários:

  1. oi, Da Paz:
    o que me desagrada na mensagem de Marília Gabriela é o tom de sentenciamentos como "a roubalheira do governo do PT". só do PT? por que evocar o roubo logo agora? por que não comparar com o partido de Serra, o de Índio, os verdes, Gabeira? por que não pensar em política o tempo inteiro? o Governo Sarney não era de ladrões? ela denunciou? e os militares? e Getúlio Vargas, Juscelino, Deodoro da Fonseca?, os agatunados Ruy Barbosa, Antonio Carlos Magalhães, Geddel Vieira, só para ficar com os baianos. esses pintas não são interlocutores sérios!

    volto a sair do armário, distilando meu motto: Política no Brasil? Não vote. Mas, se tiver que votar, anule o voto!
    DdAB

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  2. Oi, Duilio:

    Fiquei sem internet ontem por isto só consegui te responder hoje. Sorry.

    Realmente tenho que concordar com você: a história do Brasil não é das mais respeitáveis.

    Concordo que a política brasileira sempre foi tocada por ladrões, com alguma exceção ainda não descoberta. De qualquer forma acho que existe uma grande diferença de método entre os políticos ladrões de antes e os do PT. No meu entender antes os ladrões eram dispersos em todos os escalões da administração pública - cada um fazendo seu roubo com características e objetivos individuais. Penso que as exceções foram as duplas Maluf/Pitta, Collor/PC Farias, recentemente, e as orquestrações de Getúlio/Samuel Wainer, no passado. Os casos de Sarney, Renam Calheiros, Jader Barbalho, pra mim,continuam com características individuais. Eles apenas fizeram aliança com o PT. Alias, eles estavam todos praticamente inanimados pelo governo FHC. Lula é que os trouxe de volta- inclusive ACM. Mas, voltando ao principal, a diferença que eu percebo hoje é que o PT espalhou seus filiados em chefias de todos os níveis e áreas da administração pública, formando uma rede que inclui dois diferentes tipos de roubo: o individual e o roubo para o partido. Tal conjuntura é a mais perversa da história do Brasil porque ela tem de ter a impunidade como principal ingrediente. A impunidade dos altos escalões tem de ser garantida pela presidência da república. Ou seja, má conduta envolvendo ministro de Lula tem de ter a proteção do próprio Lula para garantir a impunidade. Aí Marília Gabriela está corretíssima. Daí vem outros ingredientes deletérios como o cinismo, as piadas que Lula faz usando termos como “dor de cotovelo do Serra" tentando minimizar o episódio gravíssimo da quebra de sigilo da Receita Federal. Acho que independentemente de quem tenha tido seu sigilo quebrado a questão tem de ser tratada como questão de Estado e não da forma como Lula e os petistas a tratam. Esta conduta põe em risco as bases de sustentação da democracia.
    E, por fim, o que se vê é um Brasil cego, surdo, mudo e bêbado. Daí o título da postagem. Sinceramente, eu não acredito que ninguém esteja vendo que é o futuro do Brasil que está em jogo.
    Por mim Lula e o PT entrariam para a história sem ameaçar o futuro dos meus futuros netos. Accho que a história do PT deveria parar agora em 03 de outubro.
    Termino com uma afirmação de Afonso Romano de Santana, que diz: "Meu povo, outubro é um ovo que a gente põe com as mãos".
    MdPB

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  3. "(...) as idéias parecem tão melhores quanto mais se parecem com as nossas. Ou não?"

    Interessante você mencionar isso porque recentemente eu estive estudando um termo chamado *enviesamento de confirmação* (em inglês, "confirmation bias"), que determina que há uma tendência em favorecermos "statements"/informações que estão alinhadas com nossas convicções, independentemente da veracidade destes(as) "statements"/informações.

    Quando estou normal -- digo normal, me referindo a um estado psicológico tranquilo; afinal de contas, quando as coisas não estão bem, isto pode, em determinadas ocasiões, afetar seu/meu bom-senso -- consigo, até um certo grau, saber se estou sujeito a enviesamentos de confirmação.

    Consideo este comportamento importante por duas razões: 1) Se eu me sujeitar ao enviesamento de confirmação, estou fazendo-o porque me permiti fazê-lo e; 2) (o melhor e mais frequente) assumo a existência do enviesamento e começo a procurar mais informações que possam refutar, ou comprovar um "statement".

    Isto me leva aos seguinte resultados: 1) havendo enviesamento de confirmação de um fato de veracidade comprovada, eu dou um peso menor ao achado (justamente por causa do enviesamento); 2) havendo enviesamento de confirmação de um fato falso, eu atribuo um peso maior ao achado (porque eu me deparo íntimamente com as falhas decorrentes do próprio enviesamento de confirmação).

    Com isso, dá pra saber de cara, que eu classifico o enviesamento de confirmação como uma coisa que não traz benefício, se não for dosado e, os pesos atribuídos revelam que: preocupo-me mais, em corrigir os enviesamentos de confirmação associados a "statements" falsos.

    ---

    Ademais, retornando ao seu post, de maneira bem humorada comento que:

    Aparentemente, quando o assunto é enviesamento de confirmação, o PT não tem lido a minha cartilha.

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  4. Oi Joca, só agora vi seu comentário por isto só agora comento. Você fez bonito na sua análise. Tenho que reconhecer que você está certo – em tese. Porém este blog é mais de papos e conversas sobre o que rola sobre minhas telhas. A metodologia científica quando rola é sob as telhas. Então assumo a existência do enviesamento nos meus papos de blog porque neles eu expresso sinceras opiniões pessoais.
    Beijão.
    MdPB

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