sábado, 30 de janeiro de 2010

A lição que vem do Chile

A pressão de Lula sobe na proporção que a ficha cai: não se transfere voto. Veja o caso do Chile. Michelle Bachelet tinha 80 % de aprovação da população, era altamente respeitada por todas as camadas sociais e tinha aprovação acima da média da imprensa chilena. Mesmo assim, não conseguiu fazer seu sucessor. Apesar de já ter boa biografia, o democrata-cristão, Eduardo Frei não conseguiu convencer os chilenos de que seria melhor candidato do que seu opositor.

Venceu Sebastián Peñera numa disputa apertada, no segundo turno. Peñera é um direitista assumido, nascido em berço culto, com rica experiência de vida, por ser filho de embaixador da ONU, além de empresário famoso com currículo invejável - economista formado por Havard.

O que tudo isto pode significar?
Vamos enumerar alguns fatos:

1. o Chile é um país que tem em sua história um presidente socialista que suicidou-se em meio às chamas do Palácio de La Moneda, durante bombardeio feito pelos militares chilenos golpistas. Isto ocorreu em 11 de setembro de 1973;

2. a isto seguiu-se a ditadura militar, Pinochet (todos conhecem a história) e 17 anos de chumbo grosso;

3. depois veio o plebiscito convocado pelo próprio Pinochet, que foi vencido pela oposição formada pela coligação Concertación. Tal coligação “desmontou o estado policial e manteve a estabilidade econômica” (Revista Veja, ed 2149,27/01/2010).

4. a partir de então, o Chile vem se reerguendo de forma consistente e gradual. Michelle Bachelet, foi a última presidente; é do partido socialista, e fez um governo mais focado nos princípios liberais com fortalecimento das instituições democráticas. Seu governo foi marcado pelo uso de ferramentas de planejamento estratégico (Estadão, mais ou menos em julho do ano passado – agüentem aí, vou ficar devendo esta), com o estabelecimento de metas e bom trabalho de equipe para a realização das ações planejadas. E, como dito lá em cima, terminou o mandato com 80% de aprovação e com alto respeito dos chilenosl.

Por que, diante de um cenário tão promissor, ela não conseguiu fazer seu sucessor?

Agora vamos navegar nas ondas dos chamados “educated guesses” ou “chutes” orientados pelos fatos, ou por outros elementos, de tal modo que as afirmações deles decorrentes façam sentido, pelo menos em tese.

Agora vamos lá:

a) os chilenos já vivenciaram a aventura socialista na prática. Já conheceram toda sorte de desabastecimentos, invasões de terra, expropriações de fazendas, além do fechamento de fábricas e elevação do desemprego subseqüente, desordem social... tudo durante o sacrificado governo Allende;

b) com a moda do “socialismo bolivariano”que vem grassando na América Latina, eles devem morrer de medo de que tudo isto seja repetido - “gato escaldado tem medo de água fria”.

Pois bem, para os chilenos, penso eu, boa vontade cristã e vontade política não asseguram um bom governo. Eles, pela própria história, já sabem que o que assegura bom governo é um banco central independente, instituições democráticas consolidadas, transparência nos atos administrativos do governo, equilíbrio fiscal, judiciário eficiente e responsável, sistema político racional e voltado para o cidadão e não para os políticos; e, o mais importante, um bom sistema educacional. A boa educação permite que o povo, por si próprio, construa um Estado que tenha condições de dominar a fúria dos governos populistas (Venezuela é a síntese) tão fora de moda.

Pra mim, o cidadão chileno está no caminho certo, em sintonia com as evidências do mundo atual: menos ideologia e mais atendimento ao cidadão, com base na gestão eficiente da arrecadação de impostos e a boa aplicação das receitas dela decorrentes.

Você aí deve estar pensando... e o Brasil, o que tem a ver com isto?
Eu respondo com amargura: talvez tenhamos que retroceder e passar por tudo que o Chile passou pra poder botar o bonde nos trilhos e abrir a cabeça de uma multidão qua ainda tem pena dos "sem terra", qua ainda apóia as idéias de Hugo Chaves, que ainda teme admitir os erros de Fidel Castro, etc, etc, etc........

Vamos dar um tempo, claro. Mas eu estou apostando que virão do Chile os bons exemplos sobre o que precisa ser feito pra ter um continente mais civilizado e menos pobre.

MdPB

domingo, 24 de janeiro de 2010

Nas ondas do rádio

Dizem que ouvir rádio é coisa de velho. Tudo bem. Aceito. Mas, que é bom, é. Sobre ser velho(a), tudo bem, também. Afinal, existem coisas que dão muito prazer em viver, pelo menos a alguns na, digamos, idade madura. Não sei muito sobre vocês, outros, com mais de cinqüenta, mas, no meu caso, só consegui dizer “nãos” fieis ao sentido e à ação, depois dos cinqüenta anos. Até lá eu era uma acrobata do sim. Péssimo! Mas, não tinha jeito... corria, corria e corria, sempre no exercício do sim. As vezes aconteciam “sins” superpostos e incongruentes. Aí eu virava uma contorcionista sem os devidos alongamentos, ou seja, cheia de câimbras mentais, de torções no tendão de Aquiles, de Ulisses, de Freud, do marido (ex-marido), de enxaquecas pirotécnicas, e por aí vai. Agora não: sim, quando é sim, e não quando é não... e sono a noite inteira. Neste ponto melhorei, muito.

Mas eu falava sobre a delícia que é ouvir rádio.
Pra começo de conversa os programas de rádio, sobretudo os jornalísticos, mesmo quando gravados, parecem mais naturais, ou seja, parecem que estão sendo veiculados "ao vivo". O rádio, diferentemente da televisão, não tem, ou não aparenta ter, aquela hipocrisia funcional (do aparecer bem na foto) dos que estão em cena. No rádio, o assunto em questão é que é a vedete e não o apresentador(a), cheio(a) de maneirismos. Preste atenção em Jô Soares. Para quem não teve a oportunidade de saber, ele imita Johnny Carson, famoso apresentador de talk shows americano dos anos 60 e 70 ( viu aí a importância de ter mais de 50? Eu vi!). Ele (Jô) tenta, mas não consegue convencer. Há pessoas que afirmam ser Jô um imitador de de David Letterman – Não! Este também imita Johnny Carson. E Marília Gabriela? Meu deus, que coisa! Eu a assisto algumas vezes. Mas tem momentos que bate a impaciência, saio, abro a geladeira, descubro que não tem sorvete e aí volto e mudo o canal. Marília Gabriela parece-me autêntica. Ela tem uma artificialidade absolutamente natural. Ela encerra-se em si mesma; é tão má atriz que sequer consegue imitar alguém. Já a vi em novelas. Você viu? Pois é: um horror! Coisas do Brasil. Não a acho incompetente. Acho apenas que sua (dela) competência seria melhor aproveitada atrás das câmeras. Imagino que você já está aí pensando que eu sou despeitada por causa de Giannechine, né?
...Hummmmm!!!...Só um pouquinho... afinal ele teria feito melhor escolha se tivesse ficado com Camila Morgado, Maitê Proença e até com Mônica Valdvogel, já que eu nem sou jornalista nem da globo (rsrsrs). Gostou? Eu também.

Agora, falando sério e sintonizando as ondas do rádio. É muito confortável ouvir música ou bom jornalismo pelo rádio. Ele não se auto-impõe como a televisão. Eu cozinho, caminho, canto junto com ele, encrenco com os comentaristas que falam bobagem - Carlos Heitor Cony é um dos alvos preferenciais das minhas encrencas; e ele ali, fiel. E as boas rádios musicais? nelas eu adoro ouvir uma música de qualidade no supetão, na sorte, by chance! Assim, sem nenhuma idéia de que ela ia tocar. Nem um ipod , com 3000 músicas escolhidas- todas por mim, consegue superar a emoção de uma boa música tocada de surpresa no rádio.
E você não gosta de rádio?
Problema seu.
Eu adoro!

MdPB

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sem poesia

Oi Amores!
O C U P A D Í S S I M A!!!
Post só pra dizer que espero estar de volta dentro de 03 dias no máximo.
Beijos, Beijinhos e beijocas.
MdPB

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Serra e Marina

Taí!
Adorei!
Acaba de ser arquitetada por alguns uma chapa bem funcional para a campanha presidencial de 2010: Jose Serra e Marina Silva para presidente e vice do Brasil.
A chamada “chapa cabocla” , ou “chapa mameluca”.
Segundo muitos, essa chapa tem a potência de desmantelar de vez a campanha de 2010,
principalmente para Dilma Russef. Acho bom. Não simpatizo com Dilma Roussef. Pra mim ela não é confiável. Aliás, pra mim ela é uma fraude completa. Ela mente muito. Todo mentiroso é uma potência de cinismo e o Brasil já está cansado disto.

Pra mim, se Marina aceitar, essa chapa é “a síntese”. Pois, como diz o chato do Diogo Mainardi, Serra representa a “continuidade sem continuísmo”. Ou seja, manterá as conquistas de Fernando Henrique Cardoso e de Lula, e, com o mérito provável (digo eu) de divulgar a autoria de cada um, diferentemente de Lula, que, como todos sabemos, assume para si o mérito de tudo que funciona e coloca a culpa “na herança maldita” de tudo que tem dado errado.

Mas, voltando ao principal.
Serra, pela experiência e competência conferidas pela prática de gestor do Estado de São Paulo e de Ministro no governo FHC, dentre outras, e pelos títulos acadêmicos que possui, poderá avançar mais. Por outro lado, se Marina aceitar o custo de ser destratada pelo pessoal do PT, principal vítima da dobradinha, a vitória fica quase assegurada pela soma de elementos que os dois conseguem agregar.

Gosto muito de Marina pela postura ética, sóbria e elegante que ela exibe na defesa do meio ambiente. Em alguns momentos, quando à frente do Ministério do Meio Ambiente, cheguei a pensar que ela tem um certo “q” de maçante - e tem chance dela realmente ter. Mas eu agüento. Antes maçante e,até evangélica, do que corrupta. E isto ela não parece ser. Por outro lado Serra domina a técnica de transformar idéias em ações práticas, eficientes, convincentes e necessárias. Nós já vimos isto. Ele é meio chato e deveras paulista pra meu gosto. Mas, o fato é que o Brasil precisa muito do que os dois têm a oferecer. O problema de qualquer governo fora das alianças petistas é ter Lula e sua verborréia na oposição. Aí só bebendo muito pra agüentar.

Confesso que preferia a chapa "puro-sangue" Serra/Aécio. Enquanto escrevo considero os fatos atuais: Aécio já escolheu o Senado. Então vamos ao “second best plan” a chapa Serra/Marina – Êpa! Cuidado aí marqueteiros, essa junção não combina, a chapa tem que ser “marquetada” de um jeito diferente, se não vai parecer que Marina vai ser Serrada. Puxa... já achei o primeiro problema. Com certeza deverão surgir outros. De qualquer forma, essa será uma grande sacada: Marina e Serra dão uma excelente dobradinha ou, quem sabe, um espetacular cassoulet.

MdPB

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Kill Bill

Filme bom é aquele que dá saudade quando acaba. Que quando a gente termina de assistir os extras acha pouco e fica com vontade de ler um livro inteiro sobre ele.
Jamais eu poderia imaginar isto.
Quando assisti o trailler no cinema fiquei estupefata com a violência que ele mostrava. Prometi que, mesmo amando Tarantino, por Pulp Fiction, apesar da violência, eu não me renderia àquele horror, àquela barbaridade.
Passado algum tempo e com a ânsia de me manter justa e não fazer concessões aos pré-julgamentos, loquei o nº 1.
Que filme bem feito!
Que trilha musical!
Que Som!
Que efeitos especiais!
Que atriz! -Uma está impagável!
Sinto um certo remorso pelo pré-julgamento.
Agora é esperar até amanhã, correr pra locadora, pegar o nº 2 e torcer pra que ele seja ainda melhor.
Bem pouco!

MdPB