Sou liberal.
Mais na economia do que na vida.
Na vida às vezes esbarrei em condutas semelhantes às dos sertanejos brabos, principalmente com meus filhos, quando eram adolescentes. Agora não mais. Também não tem mais razão pra isto.
Mas, o liberalismo a que eu me referia é o da economia.
Confesso, estou morrendo de medo da onda de estatizações que está ocorrendo nesses últimos tempos, por causa da crise. Dá pra entender a necessidade que têm os paises de tentar resolver seus problemas macroeconômicos com somas exorbitantes de dinheiro público. Dá pra entender, também, que só com grandes somas financeiras os governos podem evitar o pior. E, ainda, dá pra entender que somente os governos têm capacidade para isto, dadas suas peculiaridades: cobram impostos e emitem moedas. Em tese podem garantir quase tudo em termos financeiros.
Meu medo é a ideologização do tema. Aceito a situação como medida profilática, mas considero um retrocesso a volta da idéia de controle da economia pelos governos. Isto não é coisa boa. Não é. A história atual mostra que onde foram plantadas idéias estatizantes brotaram ambientes autoritários, atrasados e pobres. Basta prestar atenção em Cuba e na Coréia do Norte. Vamos esquecer a Nicarágua Sandinista. Tá certo, a Nicarágua já era pobre, mas, convenhamos, empobreceu muito mais.
Chorei muito quando Allende foi deposto do governo chileno e morto, em 1973. Até ali dava pra chorar mesmo. A utopia socialista estava somente em suspeição, e, apenas em ambientes intelectuais muito restritos. A esperança era muito maior que a suspeita do fracasso. E tome choro! Agora, não. Dados claros existem que desmontam o sonho socialista da forma como até aqui foi defendido e praticado. Por esta razão concordo com Carlos Alberto Sardenberg quando diz que quanto mais democracia, melhor; quanto mais capitalismo,melhor; quanto mais mercado, melhor.
O grande problema é que defender o socialismo é muito mais fácil. Qualquer pessoa entende e se identifica com ele, pelo bem que ele parece trazer. Difícil é defender o capitalismo, com seu caráter individualista e com suas incertezas e espertezas.
O surpreendente é que, quem um dia foi socialista morre com a esperança de ver o socialismo acontecer. Para esses, como eu, resta a esperança de vê-lo chegar pelo superdesenvolvimento do capitalismo em conjunto com uma boa organização da sociedade civil, através do fortalecimento das instituições democráticas, como parece já ocorrer nos paises baixos.
MdPB
sábado, 26 de setembro de 2009
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